As cidades mais “Smart” do mundo

Tempo de Leitura: 6 minutos
smart cities

Em 2050, 70% da população mundial viverá numa cidade. Por esta altura, Portugal também terá grande parte da população a viver nos centros urbanos, cerca de 6 milhões de portugueses.

E as cidades de hoje não estão preparadas para isso. Para acomodar esta enchente de pessoas, terão que enfrentar desafios a nível da habitação, das infraestruturas, dos transportes, do emprego… E ao mesmo tempo, têm que controlar os custos energéticos de todo este ecossistema.

Esta tendência exige uma nova reflexão sobre como serão as cidades de amanhã. Há que torná-las mais smart.

Há cidades que já estão a pensar no futuro e estes são alguns dos exemplos mais “smart” que se vê pelo mundo fora:

Singapura

Um dos maiores centros financeiros do mundo está no topo das cidades mais inteligentes este ano. Desde monitores de ajuda para estacionamento, iluminação exterior e tratamento do lixo, quase todos os aspetos da cidade são monitorizados através de sensores que armazenam quantidades astronómicas de informação. Até existem sensores nas instituições de terceira-idade que alertam os familiares caso os idosos não se movam durante demasiado tempo.

No entanto, a cidade ainda se debate com um assunto incontornável: E a privacidade dos cidadãos? De que forma é que estas informações poderão ser usadas contra eles?

Empenhada em mostrar transparência e proteger os dados dos seus cidadãos, a cidade não vai parar por aqui. Até porque a meta é ambiciosa: Singapura quer ser a primeira “Smart Nation” do mundo.

Barcelona

Tentando contrariar o envelhecimento da sua população, Barcelona está a investir em projetos e infraestruturas que criem novos empregos e convidem mais jovens a instalar-se na cidade.

À semelhança de Portugal, Barcelona beneficia de muitas horas de sol ao longo de todo o ano, o que lhe permite ser uma das cidades mais eficientes em termos energéticos. Já é obrigatório que todos os grandes edifícios produzam a sua própria energia através de painéis solares.

Também tem uma rede de autocarros híbridos, um sistema de tubos conectado aos contentores do lixo que dispensa a sua recolha por parte dos camiões e até o “Bicing” – um sistema de bike sharing com mais de 6000 bicicletas espalhadas pela cidade.  

E não há ninguém em Barcelona que não utilize o smartphone para controlar o trânsito através das dezenas de câmaras instaladas na cidade ou utilizar a app da Câmara de Barcelona para alertar acerca de buracos na estrada ou luzes fundidas.

Londres

O crescimento descontrolado de Londres impôs mudanças urgentes em toda a estrutura da cidade. Desde o sistema de metro antiquado a uma concentração de carros gigantesca no centro, Londres começa agora a ver melhorias através das suas iniciativas “smart”.

A cidade já está a investir num projeto que irá tornar o rio Tâmisa uma das principais fontes de energia renovável de Londres, ao direcionar esta energia para o aquecimento das casas e diminuir os gastos com eletricidade dos cidadãos. Para além disso, também quer instalar painéis solares nos edifícios e controlar toda esta rede elétrica digitalmente para aumentar a sua eficiência.

São Francisco

Não é por acaso que São Francisco está nesta lista. Sendo uma das capitais mundiais da tecnologia, tem-se apoiado em projetos vanguardistas para resolver o problema da aglomeração de pessoas no centro. É uma das cidades com mais iniciativas “verdes” e todos os novos edifícios já são obrigados por lei a ter uma área no telhado para instalar painéis solares.

A rede de transportes da cidade até pode ser antiquada, mas agora já é possível comprar os bilhetes através do smartphone. E apesar de ainda existirem muitas pessoas que se deslocam no seu próprio carro, a cidade tem feito os possíveis para diminuir esta percentagem. Um sistema de Smart Parking – que altera as tarifas de estacionamento em função do número de lugares disponíveis –  também tem contribuído para atenuar o trânsito que se faz sentir no centro.

Oslo

À semelhança de outras cidades do norte da Europa, Oslo tem todas as razões para se gabar da sua qualidade de vida, edifícios modernos, ruas limpas e atitude empreendedora em relação ao futuro.

O consumo sustentável de energia tem sido um dos pilares da sua estratégia e hoje até utilizam o próprio lixo – desde o doméstico até ao industrial – como a sua principal fonte de energia. Têm estado tão focados nisto que, a certo ponto, já nem existia mais lixo na cidade e tiveram de o importar do estrangeiro.

Oslo tem a maior rede de abastecimento de carros elétricos do mundo e, até 2019, planeia banir todos os veículos do centro. Ao mesmo tempo, também se prepara para construir mais 60 km de pistas para bicicletas por toda a cidade.

Até a iluminação é inteligente: os candeeiros de rua ajustam a intensidade da luz em função da luminosidade exterior e condições climatéricas e podem ser controlados por parte da Polícia através de um computador ou smartphone.

Portugal

Não é só lá fora que as cidades estão a ficar mais inteligentes. Em Portugal, já damos os primeiros passos em direção às cidades do futuro.

O estudo “Portuguese Smart Cities Index 2015” concluiu que Lisboa, Porto, Oeiras e Bragança são as cidades mais inteligentes de Portugal. Estas quatro cidades distinguem-se das outras pelas políticas inovadoras e projetos inteligentes.

Vejamos algumas das iniciativas que já estão a ser implementadas:

Lisboa

A capital portuguesa não quer perder o comboio da inovação, mas optou por dar pequenos passos em vez de investir em grandes infraestruturas.

Uma cidade solar, com carros elétricos e um sistema de iluminação pública que controla a meteorologia e a poluição. É assim que o Projeto Sharing Cities vê a cidade de Lisboa daqui a cinco anos. O projeto, que ainda está na fase de arranque, insere-se no Horizonte 2020 e vai ser construído em conjunto com Milão e Londres.

Mas há outros programas inovadores, como o My Neighbourhood. É um projeto-piloto que quer combater a solidão e levar os moradores dos bairros históricos a recuperar a sensação perdida de uma vizinhança, através das tecnologias de informação.

Porto

Já pensou andar nas ruas do Porto, sabendo que alguém está a observar os seus passos? É essa a ideia que surge agora num projeto inovador. Numa das ruas mais tradicionais da cidade – a Rua das Flores – agora há unidades de sensorização ambiental e contadores de pessoas, instalados num simples canteiro de flores. Mas calma, nada do que é dito ou feito é gravado. A iniciativa só quer perceber o que se está a passar naquela rua em termos de ruído e poluição.

Também cerca de 600 autocarros que passam pela cidade já recolhem dados acerca dos seus trajetos, o que permite identificar melhorias a nível da frequência de passagem e localização das paragens.

Juntamente com outras cidades europeias, o Porto também se juntou ao Grow Smarter, um projeto no valor de 25 milhões de euros que quer contribuir para uma Europa mais sustentável e ambientalmente inteligente. O objetivo é melhorar a eficiência energética em áreas residenciais, no tratamento do lixo e aumentar o número de carros elétricos a circular na cidade. Para isso, já estão a ser postas em prática várias iniciativas, como a introdução de sensores de CO2 e estudos estatísticos a nível da recolha do lixo.

Uma cidade “smart” não é só uma cidade tecnológica

É fácil pensar que uma “smart city” é aquela onde reina a tecnologia de ponta e projetos futuristas. Mas é muito mais do que isso. Um dos pilares das cidades do futuro é ouvir os seus cidadãos.

Uma cidade smart não deve ser só mais sustentável, também implica encontrar formas de a tornar mais divertida! Vejam por exemplo o projeto Shadowing em Bristol, que deu uma nova vida aos candeeiros da cidade, permitindo-lhes gravar e reproduzir as sombras de quem lá passava.

Por isso, uma cidade mais inteligente é sinónimo de uma cidade mais feliz, onde todos os cidadãos têm a liberdade para contribuir com ideias e trabalhar em conjunto para desenvolver soluções que beneficiem a cidade.

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